Este livro é daqueles que nos põe a pensar. E se quando a
nossa vida está encaminhada e de repente tudo muda através de uma viagem ao
futuro? E se nessa viagem verificasse-mos que na vida onde deveríamos estar,
está a nossa filha e nós não estamos?
O livro conta a história de Holly, uma artista plástica, que
desde criança punha em causa se deveria algum dia ser mãe. Holly viveu a pior
das infâncias, sendo fruto de uma aventura, vê o casamento dos seus pais a
ir-se por água abaixo e é abandonada pela sua própria mãe, ficando a mercê do
seu pai, um homem bêbedo que nem de si mesmo sabe tomar conta. Tom, o seu
marido, um jornalista conceituado, aventureiro e apaixonado por Holly, tem como
seu maior sonho um dia ser pai.
Até aqui tudo bem, no entanto, quando os recém-casados se
mudam para a sua nova casa, numa aldeia no campo, nos arredores de Londres, tudo
muda. Nas obras de reconstrução da sua casa é descoberto um relógio lunar, ao
qual nenhum dos dois sabe para que serve. Isto até a uma noite de lua cheia, em
que Holly, sozinha em casa, põe o relógio a funcionar vendo-se no futuro da sua
família e onde conhece Libby, a filha dos dois, mas em que se depara que a própria
já não faz parte da família, pois acaba de falecer quando dá a luz a sua filha.
Holly, com a ajuda da sua mais recente amiga da aldeia, percebe que esta é uma
maldição e que isto acontecerá mesmo, ou terá que sacrificar a vida da sua
filha. A maldição é simples, ou vive a mãe, ou vive a filha, nunca as duas. Assim,
Holly vê-se num dilema “sacrificar
a sua própria vida; ou salvar-se e apagar a vida da filha por quem se apaixonou”.
Este
dilema deixa também o leitor a pensar o que faria se estivesse no lugar de
Holly e até ao final da história fica a espera de que esta maldição seja
mentira.
A leitura
deste livro é simples e amorosa, apesar dos seus capítulos serem bastante extensos
(o que eu de facto não aprecio na leitura). Uma outra parte que saliento é a
força da autora. Só no final do livro, quando lia os “Agradecimentos” percebi
que Amanda Brooke perdeu o seu filho com três anos, e dedica-o a ele mas também
a sua filha que a apoia desde a morte do irmão.
Aconselho
a leitura deste livro, que me comoveu bastante.
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