sexta-feira, 16 de novembro de 2012

[OPINIÃO] - A Escolha do Coração, de Amanda Brooke



 
Este livro é daqueles que nos põe a pensar. E se quando a nossa vida está encaminhada e de repente tudo muda através de uma viagem ao futuro? E se nessa viagem verificasse-mos que na vida onde deveríamos estar, está a nossa filha e nós não estamos?
O livro conta a história de Holly, uma artista plástica, que desde criança punha em causa se deveria algum dia ser mãe. Holly viveu a pior das infâncias, sendo fruto de uma aventura, vê o casamento dos seus pais a ir-se por água abaixo e é abandonada pela sua própria mãe, ficando a mercê do seu pai, um homem bêbedo que nem de si mesmo sabe tomar conta. Tom, o seu marido, um jornalista conceituado, aventureiro e apaixonado por Holly, tem como seu maior sonho um dia ser pai.
Até aqui tudo bem, no entanto, quando os recém-casados se mudam para a sua nova casa, numa aldeia no campo, nos arredores de Londres, tudo muda. Nas obras de reconstrução da sua casa é descoberto um relógio lunar, ao qual nenhum dos dois sabe para que serve. Isto até a uma noite de lua cheia, em que Holly, sozinha em casa, põe o relógio a funcionar vendo-se no futuro da sua família e onde conhece Libby, a filha dos dois, mas em que se depara que a própria já não faz parte da família, pois acaba de falecer quando dá a luz a sua filha. Holly, com a ajuda da sua mais recente amiga da aldeia, percebe que esta é uma maldição e que isto acontecerá mesmo, ou terá que sacrificar a vida da sua filha. A maldição é simples, ou vive a mãe, ou vive a filha, nunca as duas. Assim, Holly vê-se num dilema “sacrificar a sua própria vida; ou salvar-se e apagar a vida da filha por quem se apaixonou”.
Este dilema deixa também o leitor a pensar o que faria se estivesse no lugar de Holly e até ao final da história fica a espera de que esta maldição seja mentira.
A leitura deste livro é simples e amorosa, apesar dos seus capítulos serem bastante extensos (o que eu de facto não aprecio na leitura). Uma outra parte que saliento é a força da autora. Só no final do livro, quando lia os “Agradecimentos” percebi que Amanda Brooke perdeu o seu filho com três anos, e dedica-o a ele mas também a sua filha que a apoia desde a morte do irmão.
Aconselho a leitura deste livro, que me comoveu bastante.

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